sábado, 23 de junho de 2007

Sacrifice

Li sobre humor agora há pouco, pensei sobre isso... À noite me traz um murmúrio, um murmúrio de lamentações, de um horror inexplicável, estou áspera e arisca, o ambiente é hostil, ao que me levanto da cama, vezes penso se sou eu mesma a levantar ou se é somente fragmentos de mim. Quanto mais cresce uma busca pela leveza no outro, por um estado de comunhão com aquilo que o outro pensa ser Deus, mais o clima se torna tenso, feio e maldito.


Você está vivendo um belo sonho, nem tão belo assim, mas pensa não ser o pior dos seus sonhos, só um sonho como todos os outros e então derruba-se o véu e a realidade se faz notar, as coisas poderiam estar pelo menos mal, mas não, conseguiram deixar pior. Que decepção! Decepcionar-se parece ser mais doloroso que a mágoa. É ver-se em linha de frente para defender uma causa e notar que não há causa ou que a causa é uma fraude, é uma grande mentira.


Quem é o bobo aqui?


De que vale o sacrifício?


E ainda Cristo, ficou furioso com o dele: “Pai, por que me abandonaste?”!


Deveríamos rir portanto, de todas as nossas tolices! Mas, como fazer isso quando a fúria é crescente? Como rir e buscar o humor quando a coroa de espinhos ainda está sobre a sua cabeça? Todo deus crucificado deve saber bem do que estou falando. Eu sou o sol, eu sou o sol! Eu gargalho da morte!


E enfim, tudo é finito, porque a mudança é a eternidade!


E mais um dia foi salvo pela menina super poderosa!


segunda-feira, 4 de junho de 2007

Despreocupação

Eu estou cansada, mas eu necessitava escrever um pouco mais, exteriorizar alguns sentimentos, alguns acontecimentos. Até ontem eu me questionava o porquê de eu estar tão desinteressada no mundo virtual, aliás, ontem foi um dia péssimo. Ao que acordei, depois de dormir por horas eu tive plena certeza de que eu estava deprimida, de que eu queria estar em qualquer outro lugar, menos no lugar onde eu estava. A chuva ajudou um pouco em minha depressão, eu estava me sentindo sozinha, sem ter com quem conversar, sem entender de fato o que estava acontecendo comigo.


A lua começa a minguar, sempre acredito que esta não é minha lua, meus sentimentos e pensamentos ficam confusos, sempre penso em um milhão de coisas sem sentido que me abalam de qualquer maneira. Eu talvez só queria provar para mim mesma que eu podia algumas coisas, mas tenho sentido falta de algo, tenho sentido falta de poder falar e fazer mais que isso! Há algo inacabado aqui dentro.


Por outro ponto tenho me deliciado com a idéia de que o caos está controlando, de que embora eu não saiba, embora eu não tenho qualquer idéia de como, sei que o universo está se movimentando de acordo com os meus interesses, de acordo com aquilo que eu estou atraindo, de acordo com aquilo que julgo ser minhas esperanças, meus desejos. Essa certeza tem me mantido mais do que em pé, tem me mantido firme e sólida como uma rocha. Poderia eu chamar isso de fé?


Essa preocupação despreocupada me deixa ainda mais calma, não tenho mais que responder a qualquer expectativa minha ou alheia, não estou mais no momento onde me importava com todas as coisas que aconteciam ao redor. Estou num momento em que eu poderia chamar de completude, alguma coisa aqui dentro de mim foi restaurada e minha deusa interna certamente agradece. E seja o que for, não é a paixão ou o desejo que me move agora. Talvez seja delírio! E Delírio é o que penso que sou. E isso de alguma maneira me deixa bastante contente e feliz.


Eu estou despreocupada e livre da ansiedade, embora com meus pensamentos voltados à algumas coisas das quais eu ainda desejo, isso não é parte essencial para o meu caminhar e isso me deixa ainda mais aliviada quanto a desejar. Sinto-me acolhida dentro do grande vórtice do universo, girando sem parar, sem me importar, sem ter um rumo certo. Estando exatamente onde eu devo estar, ainda que eu deseje estar em outro lugar. São coisas que somente o tempo poderá me mostrar!

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Eu Também Vou Reclamar

Às vezes eu penso que eu também gostaria de tomar parte da fortuna que está solta no universo, às vezes eu também acho que eu devo ser mais uma pessoa normal desejando se lamentar de algo, eu às vezes penso que todas as pessoas estão em busca de querer se destruírem somente para ter um papel de vítima para ocupar, ou mesmo de ser mais um mero sofredor. O Deus cristão sempre está esperando por mais uma vítima para poder acolhê-la. Alguns ainda estão vivendo a lenda do herói, esperando por um salvador na próxima esquina.

Ao contrário, eu não desejo mais nada disso, não preciso de que ninguém me salve, como também não me importo mais que os outros digam que eu sou a vilã da história, porque viver nem sempre é como os contos de fadas e nem sempre o bonzinho é que terá o final feliz. Nós devemos no mínimo fazer o que dá na telha, porque esta é nossa oportunidade de ser feliz. Enquanto estamos agarrados ao conceito de que o outro que deve nos proteger, tudo não passará sempre de um grande sofrimento. Porque assim como você, o outro só está interessado em si mesmo, muito ocupado cuidando de seu próprio umbigo. Felizes daqueles que podem ser felizes porque são eles os únicos responsáveis por suas próprias vidas!

O universo não está e nunca esteve seguindo uma ordem de moralidade, ele simplesmente faz aquilo que desejamos que se faça e se desejamos ser vítimas, sempre seremos vítimas, mas quando passamos a desejar as coisas de maneira correta, então o que desejamos torna-se uma benção. As pessoas poderiam então deixar de desejar ser a vítima com a idéia de que assim elas terão um final feliz, pois aqueles que estão sempre buscando ser vítimas para que um dia Deus venha à recompensar, está dizendo todos os dias para o universo para que não seja feliz, que esteja sempre afogada em profundo sofrimento para que os outros continuem tendo piedade delas.

Isso não me isenta de estar preocupada com o cargo ao qual eu fui recentemente nomeada, a vilã, a malvada, a bruxa velha que quer matar a Branca de Neve. Não importa o que as pessoas dizem, eu não estou preocupada porque eu sei que estou dentro de meu próprio caminho, eu estou tomando as melhores escolhas que eu posso tomar agora, eu estou suprindo os meus desejos, as minhas carências, aproveitando as minhas oportunidade. Tudo o que eu peço para o universo é que eu a cada dia viva a minha vida intensamente, da maneira mais feliz possível, porque eu não tenho qualquer interesse em ser a boazinha, a sofredora, a tristonha. Isso significa que eu não estou me ligando se o que eu estou fazendo seja ou não aprovado pela nossa sociedade doente.